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2012 - Livro Vermelho 2013

Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K.Schum. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 12-06-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie arbórea de pequeno porte, não é endêmica do Brasil e ocorre em ampla distribuição no país, nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Apresenta valor medicinal, mas o uso, realizado de forma correta para extração da casca do caule não prejudica as plantas.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K.Schum.;

Família: Rubiaceae

Sinônimos:

  • > Gardenia sellowiana ;
  • > Tocoyena sellowana ;
  • > Tocoyena selloana ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Fl. Bras. 6(6): 349. 1889. Caracteriza-se por apresentar folhas glabras e estípulas persistentes (Pereira; Barbosa, 2004), inflorescência em dicásio composto terminal, com flores vistosas de coloração amarela (Mól, 2010). Nomes populares: "Jenipapo-do-Mato" (Silva, 2005), "Jenipapinho" (Barros; Castro, 2006) e "Fumo-bravo" (Carvalho et al., 2000).

Potêncial valor econômico

Espécie utilizada para fins medicinais (Oliveira et al., 2010).

Distribuição

Ocorre nos estados do Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina (Zappi, 2012; Mól, 2010).

Ecologia

Caracteriza-se por arvoretas ou árvores, podendo atingir de 3-7m de altura; floresce em Fevereiro, Março, Abril e Junho, e frutifica em Fevereiro, Março e Julho (Pereira; Barbosa, 2004).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes AMata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce.Algumas áreas de endemismo, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescentefoi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis emvigilância e proteção. Antes cobrindo áreasenormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos defragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criaçãode gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatasda perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populaçõeshumanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano(pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiroaceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola(açúcar, café e soja). A derrubada deflorestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 deflorestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda dehábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração delenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais einvasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1.1 Agriculture
Detalhes Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Mais de 25 milhões de pessoas, aproximadamente 15% dapopulação do Brasil, vivem na Caatinga. A população rural é extremamente pobre e os longosperíodos de seca diminuem ainda mais a produtividade da região, aumentando osofrimento da população. A atividade humana nãosustentável, como a agricultura de corte e queima que converte, anualmente,remanescentes de vegetação em culturas de ciclo curto além do corte de madeira paralenha, a caça de animais e a contínua remoção da vegetação para a criação debovinos e caprinos tem levado ao empobrecimento ambiental, em larga escala, daCaatinga. Os bovinos e caprinos foram introduzidos pelos europeus no início doséculo XVI e rapidamente devastaram a vegetação da Caatinga, não adaptada àpastagem intensiva. O número estimado de cabeças dessesanimais, atualmente, é de mais de 10 milhões e já sãoreconhecidos núcleos de desertificação associados ao sobrepastejo e,principalmente, ao pisoteio dos mesmos. Desde o início dacolonização européia, as áreas de solos mais produtivos também foramconvertidas em pastagens e culturas agrícolas. As florestas de galeria foramlargamente substituídas por formações abertas nos últimos 500 anos, afetando oregime de chuvas local e regional e levando ao assoreamento de córregos e atémesmo de grandes rios. Rios anteriormentenavegáveis, que permitiam o transporte de animais e madeira do interior dopaís, estão, agora, sazonalmente secos. Por fim, as técnicas de irrigaçãodesenvolvidas nas últimas décadas para a fruticultura e plantações de soja têmacelerado o processo de desertificação. Todos esses usos inapropriados do solotêm causado sérios danos ambientais,p. ex., a desertificação já atinge 15% daárea da região e ameaçado a biodiversidade da Caatinga (Leal et al., 2005).

Ações de conservação

4.4.3 Management
Observações: Ocorre em Unidades de Conservação: Reserva Biológica Guaribas, no estado da Paraíba (Mól, 2010).

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Em Perigo (EN) pela Lista vermelha daflora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

Usos

Referências

- ZAPPI, D. Tocoyena sellowiana in Tocoyena (Rubiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB01433>.

- CARVALHO, D.A.; OLIVEIRA-FILHO, A.T.; VILELA, E.A.; CURI, N. Florística e estrutura da vegetação arbórea de um fragmento de floresta semidecidual às margens do reservatório da usina hidrelétrica Dona Rita (Itambé do Mato Dentro, MG)., Acta Botanica Brasilica, v.14, p.37-55, 2000.

- BARROS, J.S.; CASTRO, A.A.J.F. Compartimentação geoambiental no complexo de Campo Maior, PI: uma área de tensão ecológica. Revista Internacional de Desenvolvimento Local, v. 8, n. 13, p. 119-130, 2006.

- ZICKEL, C.S.; ALMEIDA JR., E.B.; MEDEIROS, D.P.W. ET AL. Magnoliophyta species of restinga, state of Pernambuco, Brazil., Check List, p.224-241, 2007.

- PEREIRA, M.S.; BARBOSSA, M.R.V. A família Rubiaceae na Reserva Biológica Guaribas, Paraíba, Brasil. Subfamílias Antirheoideae, Cinchonoideae e Ixoroideae, Acta Botanica Brasilica, v.18, p.305-318, 2004.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.449-461, 2009.

- OLIVEIRA, F.C.S.; BARROS, R.F.M.; MOITA NETO, J.M. Plantas medicinais utilizadas em comunidades rurais de Oeiras, semiárido piauiense., Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.12, p.282-301, 2010.

- SILVA, J.A. Fitossociologia e relações alométricas em caatinga nos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2005.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado Brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- LEAL, I.R.; SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M.; LACHER JR., T.E. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil., Megadiversidade, p.139-146, 2005.

- MÓL, D.F.F. Rubiaceae em um remanescente de floresta atlântica no Rio Grande do Norte, Brasil. Mestrado. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010.

Como citar

CNCFlora. Tocoyena sellowiana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tocoyena sellowiana>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 12/06/2012 - 17:59:46